A Justiça da Noruega condenou Anders Behrning Breivik, de 33
anos, a 21 anos de prisão, a pena máxima na legislação do país. Durante a
leitura da decisão, proferida na sexta-feira 24 de agosto, Breivik, pediu
“desculpas” por não ter matado mais e disse não reconhecer a autoridade do
tribunal de Oslo. Seus dois ataques mataram 77 pessoas em julho do ano passado,
a maioria jovens, e ele acha que foi pouco. Ele considera isso uma “manifestação
política”.
Ele foi enquadrado como extremista de direita, capaz de responder
pelas próprias ações, e sem problemas psiquiátricos, como argumentaram os
advogados na defesa. De acordo com as leis norueguesas, a pena pode ser
ampliada de forma indefinida, se a pessoa que está presa segue sendo
considerada de alta periculosidade.
“O que é mais natural do que a ansiedade, quando o
inimaginável acontece?”, indagou a bispa Helga Biflugyen, presidente da Igreja
Luterana da Noruega, no sermão pregado na Catedral de Oslo, à época do
atentado. Ela respondeu: “Não deixar o medo nos paralisar. Não deixe que seu
coração se perturbe”, inspirando firmeza ao rebanho.
Breivik afirmou que não apelará do veredicto, já que não
reconhece a legitimidade do tribunal de Oslo para julgá-lo. Certamente usará do
mesmo argumento diante de qualquer tribunal, humano ou divino, já que se
considera acima de todos eles e a lei deveria existir somente para os seus “inimigos”.
Para o terrorista de extrema direita, é um orgulho ser contrário ao islamismo e
ao multiculturalismo na Noruega.
O que me assusta e me preocupa sinceramente, é que Breivik
tem muitos simpatizantes secretos. Não só na Europa onde o islamismo e o multiculturalismo
grassam e causam problemas reais, em países em profunda crise econômica e,
portanto, onde se disputa cada emprego a tapa. Ele também tem simpatizantes
entre nós.
Estou ficando calado demais em rodas de conversas de
aniversário e de churrasco em família, onde esse tipo de pensamento xenófobo e
excludente é uma verdadeira praga. Sei que nenhuma dessas pessoas que vocifera
contra negros, nordestinos, pobres, índios, cotas e tudo o mais, não teriam
coragem de pegar numa arma e chegar às vias de fato.
Mas que essa “ideologia” desgraçada habita seus corações,
isso não se pode negar. Eles defendem os militares, a política de “Segurança
nacional”, a tortura, a pena de morte... Contam piadinhas sórdidas sobre negros
e fazem “galanteios” machistas em relação às mulheres... Em sua opinião só se é
pobre porque é vagabundo e preguiçoso...E falam de todos esses assuntos sem nenhum escrúpulo, mesmo diante das crianças, como se estivessem repetindo um velho conto de fadas, que vai se fixando na mente zerada dos pequenos, perpetuando preconceitos, ideologias nefastas e o germe da exclusão.
Como sempre acontece, um dia alguém pode se achar cheio da
razão e partir para esse tipo de violência. Treinamento não falta. Jogos de extermínio do inimigo são criados às pencas e qualquer criança brinca por horas com eles.
Ah, a Noruega era um país “livre”
dessas coisas. Até que apareceu Anders Breivik...
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