A descoberta “casual” da papelada de Rubens Paiva, tão
meticulosamente escondida durante décadas para esconder a culpa do exército em
seu desaparecimento e execução, deixa marcas profundas no mito do golpe de 64
como salvador da pátria. Não é difícil encontrar gente ainda hoje, que pela
formação e cabedal de conhecimento e condições de informação, não deveria acreditar
em mitos, mas acredita e, pior, se agarra a eles com unhas e dentes.
Um desses teimosos mitos é o persistente discurso de que o
exército não tinha outra opção do que derrubar o governo democraticamente
eleito de João Goulart porque o risco de o Brasil virar uma nova Cuba era
questão de horas. Quanto mais o tempo passa e mais as provas aparecem,
desmontando essa fantasiosa versão do golpe, mais alguns de seus defensores se
aferram à sua fantasia.
Agora, com a revelação da verdade sobre Rubens Paiva, esse
mito começa a desmoronar. Finalmente está comprovado que a prisão do
ex-deputado federal Rubens Paiva, que foi torturado e morto nas dependências do
Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna
(DOI-Codi) do Rio de Janeiro, em janeiro de 1971, foi obra do exército.
O conjunto de documentos estava em poder do coronel da reserva do exército Júlio Miguel Molinas Dias, 78 anos, morto a tiros em Porto Alegre, no dia 1º de novembro, supostamente por assaltantes. Ex-comandante do DOI-Codi fluminense, Molinas guardava em casa os papéis, que foram apreendidos pelo delegado que investiga o caso, Luís Fernando Martins de Oliveira. O objetivo era ocultar o envolvimento da caserna nessa história.
O conjunto de documentos estava em poder do coronel da reserva do exército Júlio Miguel Molinas Dias, 78 anos, morto a tiros em Porto Alegre, no dia 1º de novembro, supostamente por assaltantes. Ex-comandante do DOI-Codi fluminense, Molinas guardava em casa os papéis, que foram apreendidos pelo delegado que investiga o caso, Luís Fernando Martins de Oliveira. O objetivo era ocultar o envolvimento da caserna nessa história.
Mas o silêncio dos defensores do mito impressiona. Nenhum
pio até agora. O Santa publicou matéria de página inteira sobre essa bombástica
revelação (leia aqui). E a turma que logo se exalta quando tocamos no assunto da ditadura, está na moita, quietinha...
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