quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um olhar para a Faixa de Gaza




Fumaça ergue-se do campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, após bombardeios. (Foto: AP)

Já tratei neste blog, em diversas oportunidades, da dramática realidade a que é submetida a população palestina na faixa de Gaza. Aquilo é quase um campo de concentração, que tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de 6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados (Blumenau tem 520 Km2). Está imprensado entre o mar e o exército de Israel.

Com uma população de 2 milhões de habitantes e uma densidade populacional de 5.479,45 hab./km² (Blumenau tem 300 mil habitantes e uma densidade populacional de 594,83 hab./km²), a maioria de refugiados palestinos espremidos para fora de Israel e dos territórios ocupados a força, este é o território mais densamente povoado do mundo.

Atenção, a maior concentração de gente não está na China, na Índia ou no Japão, como somos levados a crer! A maior concentração populacional do mundo está ali, no também maior caldeirão fervente do planeta. Comparar a Faixa de Gaza a uma penitenciária de segurança máxima é um bom parâmetro, com a diferença de que em Gaza também vivem milhares de crianças, mulheres, idosos e gente muito, muito humilde.

Aquele barril de pólvora, lotado de gente, foi criado por Israel e vem sendo sistematicamente invadido, reduzido e ainda mais espremido por Israel. Aquela penitenciária de gente desesperada incomoda muito Israel, que não esconde seu desejo de acabar com ela de uma vez por todas. Talvez, estejamos assistindo aos últimos estertores da Faixa de Gaza, nesses dias...

Imagine-se vivendo num lugar assim. Pense, só por um segundo, no que você iria fazer ali, sendo diuturnamente tratado como cão sarnento, olhado com repulsa, temor e desconfiança, como se as características físicas do seu povo o transformassem, por si só, desde nascença, numa ameaça a ser eliminada. O que você faria?

Para completar e refletir, uma frase de Mauro Santayana: “Se Israel, além de arrasar Gaza, como é o confessado propósito de seus extremistas, atacar o Irã, será quase impossível evitar uma terceira guerra mundial. O momento, sendo de recessão econômica global, é propício ao desvario dos conflitos armados. Como registra a História, nada melhor para o capitalismo do que um grande conflito, do qual ele sempre emerge fortalecido.”

Talvez, Israel não queira só esmagar aquele incômodo lugar. Talvez, Israel queira por fogo no mundo. E se isso acontecer, talvez o mundo inteiro seja transformado numa gigantesca Faixa de Gaza. E finalmente nós todos venhamos a saber o que aquela gente está sofrendo todos os dias.

Enquanto isso tem muita gente no mundo (e entre nós também) convencida de que o governo extremista de Israel apoiado pelos EUA tem toda razão... Mal sabem eles que até em Israel cresce a oposição à belicosidade e à truculência milica deste governo. Também a alma do judaísmo autêntico, que legou o judeu Jesus Cristo ao mundo, não se conforma com tanto ódio. Juntemo-nos, cristãos e judeus, e oremos pela Palestina. Unamo-nos e nos engajemos pela criação do Estado Palestino.

Um comentário:

  1. Pastor, não pude deixar de lembrar do texto abaixo... me parece um tanto apocalíptico.

    20. “Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima.
    (...)
    24. Serão abatidos pela espada e levados presos para todas as nações. E Jerusalém será pisada pelos pagãos, até que se complete o tempo marcado para eles.
    25. “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas. apavoradas com o bramido do mar e das ondas.
    26. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as potências celestes serão abaladas.
    (Lucas 21)

    Seriam potêncas celestes as nações representadas por estrelas (em suas bandeiras)?

    Com um acorde de Sol maior é melhor esquecer tudo e começar a lembrar da música que inicia no versículo 27.

    abraço!

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