Há alguns meses, uma
postagem humorística sobre a frase nas notas de Real, “Deus seja louvado”,
pegou como ratão o deputado do PPS, Roberto Freire, que pagou o maior mico ao
postar no twitter uma frase detonando a presidenta Dilma porque teria dito que
quer mudar a famosa frase para “Lula seja louvado”. Obviamente, como uma piada,
até que foi engraçado.
Só que agora a
piada acabou, e o pedido da Procuradoria da República no Estado de São Paulo à
Justiça Federal para determinar a retirada da expressão “Deus seja louvado” das
cédulas de reais é séria. A ação pede, em caráter liminar, que seja concedido à
União o prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a
frase, anunciou, no dia 12 de novembro, a procuradoria.
“O Estado
brasileiro é laico e, portanto, deve estar completamente desvinculado de
qualquer manifestação religiosa”, foi a argumentação da procuradoria. Uma das
teses da ação é que a frase “Deus seja louvado” privilegia uma religião em
detrimento das outras. Como argumento, o texto cita princípios como o da
igualdade e o da não exclusão das minorias. O procurador regional dos Direitos
do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, por exemplo, saiu-se com essa “Imaginemos
a cédula de real com as seguintes expressões: Alá seja louvado, Buda seja
louvado, Salve Oxossi, Salve Lord Ganesha, Deus Não existe”.
A inclusão da expressão nas cédulas aconteceu em 1986, por determinação do então presidente José Sarney, de acordo com informações do Ministério da Fazenda passadas à procuradoria. Em 1994, com o Plano Real, a frase foi mantida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, supostamente por ser “tradição da cédula brasileira”, apesar de ter sido inserida há poucos anos, diz. Ainda segundo a procuradoria, para o BC o fundamento legal para a existência da frase nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteção de Deus”. O procurador Dias lembra, em nota, que não existe lei autorizando a inclusão da expressão religiosa nas cédulas brasileiras. (Com informações do G1, não do G17!)
E agora essa?
Continua a confusão entre estado laico e ateísmo de estado. Não vai demorar
muito para que uma emenda constitucional tente mudar o Preâmbulo da nossa
Constituição.
Por outro lado,
pensando bem... dinheiro é uma desgraça. Colocar justamente nele um louvor a
Deus é passar uma pesada borracha por cima de tudo o que se faz com o dinheiro,
ainda mais num país tão injusto quanto o Brasil na distribuição de renda. Chega
a ser uma blasfêmia...
Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” (Mt 22.17-21)
ResponderExcluir“O Estado brasileiro é laico e, portanto, deve estar completamente desvinculado de qualquer manifestação religiosa”
ResponderExcluirQuero ver se também vão propor de acabar com os feriados religiosos.
Ricardo
Sim, inclusive com a Páscoa e o Natal! Isso tem cheiro de fundamentalismo às avessas... Seria esmagar a liberdade religiosa por conta de uma lei que quer exatamente isso: liberdade religiosa.
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