A eleição presidencial americana é muito diferente da nossa,
e bem mais complicada. Mas os americanos não votarão apenas em seu presidente –
o que aliás acontece de modo indireto. Nos 38 estados norte-americanos, os
eleitores também terão que dizer sim ou não para um total de 176 propostas de
afirmação ou alteração de leis. O sistema aprova ou rejeita, por meio do voto
direto – uma espécie de plebiscito – leis e emendas sobre diversas questões,
como corte de impostos, casamento, eutanásia ou direito penal.
No estado da Califórnia, no dia de hoje, os eleitores terão
a chance de acabar com a pena de morte. Em vigor desde 1872, a pena capital foi
suspensa no estado em 1968 e voltaram a acontecer execuções em 1992. Um total de 513
pessoas foram executadas no estado.
Hoje, dia 6 de novembro e dia das eleições americanas, a
proposta de número 34 na cédula eleitoral na Califórnia quer comutar a pena de
morte em prisão perpétua, gerando uma economia de 130 milhões de dólares anuais
ao estado. Se aprovada a mudança, os condenados irão trabalhar na prisão e seus
salários serão convertidos em indenizações para as famílias das vítimas de seus
crimes.
Caso os californianos acabem com a pena capital em seu
estado, será um espetacular avanço. Mas ainda há muito a ser feito em todo o
mundo para acabar com o direito do estado de matar.
Vai demorar mais ainda para acabar com o
autoproclamado direito de matar de milícias policiais, como está ocorrendo
sistematicamente em São Paulo, por exemplo. Isso está acontecendo todos os dias no Brasil, um país que não tem a pena capital em sua legislação penal. E vamos ter que ter muita lábia para convencer muita gente que ainda acredita que "bandido tem que morrer". Caso fosse feita uma votação semelhante no Brasil, não sei não...
Obama venceu e a revogação da pena de morte na Califórnia foi derrotada. Ainda nos julgamos donos da vida dos outros...
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