segunda-feira, 7 de junho de 2010

Junto-me ao protesto da maioria dos luteranos


A foto de hoje foi tirada por uma jovem luterana brasileira que está em Genebra-Suíça. Diante do prédio das Nações Unidas (ONU), na capital diplomática do mundo, também aconteceram protestos contra o terrorismo de Israel, que atacou um barco de ajuda humanitária e ainda fez de tudo para difundir a idéia de que matou gente naquele barco em legítima defesa. O mundo inteiro não acredita em Israel, cujo ato foi classificado de assassino (murderer, no cartaz da foto).

Essa jovem luterana é Daniele, que está no Centro Ecumênico em Genebra, local em que funcionam o Conselho Mundial de Igrejas e a Federação Luterana Mundial. É um lugar onde a cristandade procura caminhar unida, no fomento à paz mundial e no apoio às minorias.

Segundo Daniele (http://danielepeter.blogspot.com/), durante toda a semana passada, no Centro Ecumênico, as orações e reflexões matinais nos grupos de oração trabalharam o tema "Semana Mundial pela Paz na Palestina". Durante a semana, todos os grupos de orações, o grande culto de segunda-feira pela manhã e demais celebrações foram em favor da Palestina, além de uma exposição de fotos sobre o terror vivido pelos palestinos e que mostra uma realidade terrorista que se inicia já com as crianças, que são doutrinadas para o ódio mútuo. É um terrorismo que se aprende em casa, cultivado como uma confissão religiosa.

Repito aqui a oração que Daniele colocou em seu blog: Que nesta abençoada terra, criada por ti, ó Deus, Tu libertes a todos dos sinais de indiferença, desprezo e violência que somente trazem ódio e morte. Que a Tua paz transcenda todas as barreiras de culturas, religiões e preencha os corações de israelitas e palestinos. Liberdade ao povo de Gaza, que vive sob ameaça e constantes atos de terrorismo!


A propósito (um), a iniciativa do Centro Ecumênico de Genebra – a maior autoridade ecumênica mundial dos luteranos e das igrejas históricas – mostra que, ao contrário do que manifestaram alguns dos missivistas do Jornal de Santa Catarina na edição de hoje (amplie a imagem acima) sobre o meu artigo – também publicado neste blog na semana passada –, a opinião que eu manisfestei ali condiz com a da maioria dos luteranos.

Todos lamentamos profundamente a atitude do Estado de Israel e não entendemos que um povo que experimentou o holocausto nazista possa colocar um outro povo sob jugo semelhante.

A propósito (dois), tal posição contra a atitude terrorista e xenófoba do Estado de Israel não tem nada a ver com nazismo ou com qualquer posição anti-judaica. Condeno o terrorismo como instrumento de coerção. Condeno o combate do terrorismo com instrumentos de terror. Condeno o uso da violência para combater a violência. Condeno que o exército israelense, no velho estilo vetero-testamentário do "olho por olho", atire a esmo para responder a cada ameaça de bomba, matando mulheres, crianças e civis em geral. Condeno o sionismo como doutrina de estado e como forma de ver os problemas do oriente médio. Considero o sionismo a vertente judaica do nazismo. Suas ações xenófobas contra o povo palestino devem ser duramente condenadas pela ONU e levadas a tribunal internacional para serem julgadas pelas mesmas leis do tribunal de Nüremberg. Estive pessoalmente no museu de Dachau e conheço bem de perto o drama do holocausto. Por isso mesmo, não entendo, não aceito e não posso continuar tapando o sol com a peneira: o sionismo israelense campeia no mesmo pântano da doutrina da qual o povo judeu foi vítima no passado.

Disse neste blog e repito: O Estado de Israel está determinado a varrer a Palestina do mapa e, se ninguém fizer nada para impedí-lo, conseguirá seu intento. Vou levantar minha voz contra isso até o último palestino na Faixa de Gaza.

2 comentários:

  1. Pastor Clovis....
    Não tive acesso ao Jornal em que o Sr. escreveu o Texto, que recebeu as inúmeras críticas.
    Mas acho que os que alim escrevem e se dizem Luteranos, esquecem uma das maiores lições de Lutero o não se calar frente as injustiças, o desejo Luterano de Amor, Justiça e fraternidade.
    No ano de 2006, particpei em Porto Alegre da 9ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, e lá tive a oportunidade de conviver com a Comunidade Cristã Palestina.
    Um povo alegre, que festejava a vida! Eles já naquele momento apresentavam as inúmeras atrocidades que eram cometidas contra seu povo. E sempre que acompanho um episódio assim me pergunto? Quem é o terrorista? Quem na verdade é o vilão? Quem é o opressor? Quem são os oprimidos?
    Nós Luteranos, muitas vezes nas nossas belas e aconchegantes casinhas de estilo europeu na maioria das vezes esquecemos que nós descendentes de imigrantes europeus (alemães na maioria), não chegamos a esse Brasil tão bom de viver, porque nossos ancestrais eram pessoas visionárias que pra ca vieram mudar a vida!
    Eram na verdade a fatia pobre e miserável de uma sociedade européia!
    Hoje as vezes do alto da nossa arrogante bela condição de vida, esquecemos que em algum momento nosso povo também foi um povo oprimido pelas guerras, ainda aqui em Pelotas/RS a Comunidade Luterana, guarda encravada no seu templo a cicatriz de uma bomba da 2 Guerra Mundial.
    E não nos esqueçamos de que nós Luteranos um dia já fomos oprimidos, e por isso nao devemos ficar passivos perante as injustiças!
    Demaicon Peter - Canguçu/RS

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  2. Obrigado por seu comentário, Demaicon. Você tem toda razão. Quando estamos bem, esquecemos facilmente o que nós ou nossos antepassados enfrentaram no passado. Na verdade, precisamos nos converter diariamente ao mandamento do duplo amor, para que atentemos para o sofrimento alheio e não nos tornemos cristãos arrogantes. A propósito, o meu texto que saiu no jornal também está neste blog e você poderá lê-lo, sob o título "Que os profetas levantem suas vozes".

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