Ontem, durante o jogo da África do Sul e do Uruguai (que pena, a derrota da Bafana Bafana), uma jovem perguntou-me: "Quem é esse tal de Mandela, que todo mundo fala?". Pacientemente, em tom professoral, expliquei a ela quem é este ser humano, cuja fantástica herança moral e explêndido legado histórico reacende minha fé na espécie humana.
Talvez, o resgate da história e da conquista de Nelson Mandela seja uma das poucas coisas boas que esta copa tem feito. A melhor imagem ao vivo que foi transmitida da África do Sul até agora foi o também Nobel da Paz e não menos ícone bispo Desmond Tutu, vestido com a camisa da Bafana Bafana, levando o estádio inteiro a gritar "Mandiba! Mandiba!", para que o grandioso herói de 92 anos pudesse sentir o carinho do povo.
Porque de futebol na Copa, até hoje, não se viu nada. Sinceramente, ainda guardo na memória o mais espetacular jogo de futebol que eu já assisti na minha vida: Santos e Grêmio, em Porto Alegre, pela Copa do Brasil deste ano. Uma hora e meia de futebol impecável. Do ponto de vista do espetáculo futebolístico aquilo foi tudo de bom! Lindo! Na África, até agora, quem pagou uma fortuna para ver os jogos, só viu o mesmo futebol que se pode ver numa partida do Metropolitano, aqui em Blumenau...
Achei genial esta arte estampada na capa do SANTA de hoje. Para um encontro que deveria ser a Fórmula 1 do futebol, até agora, ninguém passou dos 80...
Enquanto isso, voltemos à aula de cidadania e falemos um pouco mais de Mandela. Ele merece. Acima de tudo, ele merece nosso carinho e solidariedade, não porque Bafana Bafana está praticamente eliminada da copa, mas porque perdeu a bisneta durante o show de abertura, num acidente de carro. Mandiba, um bisavô de 92 anos, fisicamente frágil e mais uma vez duramente atingido, precisa do abraço solidário do planeta.
Para a moça que me perguntou sobre Mandela, e para todos os que não sabem ou não lembram, um pouco mais dele. A revista Novolhar de novembro/dezembro de 2007 estampava Mandela na capa (http://www.novolhar.com.br/edicoes.php?id=4784), para falar do tema Reconciliação. No editorial, dizíamos:
“Nelson Mandela (...) é o rosto da reconciliação. Mandela foi protagonista da mais impressionante, bem-sucedida e encantadora história de reconciliação jamais vivida por uma nação. Aliás, a África do Sul só se tornou nação verdadeira depois da reconciliação nacional que pôs fim ao apartheid, ao colocar vítimas e algozes frente a frente para expor tudo um ao outro e culminar num gesto de paz e de novo começo. Como presidente, Mandela empenhou-se pessoalmente para que a nova Constituição que surgiu desse processo fosse cumprida na íntegra.
Por isso a capa desta edição não poderia ser outra senão o rosto desse homem. Mandela inspira a reconciliação em meio a um mundo movido a pequenos e grandes conflitos. Mandela instiga a não desistir, por mais que o céu insista em revelar-se coberto. Mandela impulsiona para o 'rosto-a-rosto' em busca da paz perdida.”
Por isso a capa desta edição não poderia ser outra senão o rosto desse homem. Mandela inspira a reconciliação em meio a um mundo movido a pequenos e grandes conflitos. Mandela instiga a não desistir, por mais que o céu insista em revelar-se coberto. Mandela impulsiona para o 'rosto-a-rosto' em busca da paz perdida.”
A matéria sobre sua vida e luta também estão na Novolhar (http://www.novolhar.com.br/noticia_edicoes.php?id=4734). Boa leitura.
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