Hoje em dia se fixa cada vez mais a ideia de que só tem importância quem aparece. O negócio é ser famoso, reconhecido, investir para alcançar quinze segundos de fama e tirar proveito da exibição pública para fazer dinheiro. Até é assim que diversas pessoas que perderam o foco dos holofotes se inscrevem em reality shows deprimentes para forçar uma volta ao mundo do glamour.
Mesmo nas empresas se cultiva a flor do sucesso como um requisito inalienável dos quadros mais importantes da empresa. Importa quem aparece, quem lidera, quem coloca a cara na vitrine. Muitas vezes a fama é construída com clonagens e espertezas que passam por cima de sentimentos e de pessoas sem o menor escrúpulo.
Nessa realidade, as pessoas circunspectas, zelosas de si mesmas, que se preservam, são vistas com reservas e até evocam comiseração. A introversão é vista como um traço de personalidade de menor valor. É quase uma patologia, que precisa de tratamento psicológico. Timidez, então, já é um quadro grave, que exige tratamento intensivo.
Não é o que entende Susan Cain, autora do livro “O poder dos quietos”. Quem abraça o ideal do sucesso a qualquer custo e preço está, segundo a autora, cometendo um grave erro.
Em seu livro, ela demonstra que algumas das mais aclamadas ideias produzidas pela humanidade vieram de gente quieta que sabia se comunicar com seu universo interior. Darwin e sua teoria da evolução, Van Gogh e seus brilhantes girassóis, Einstein e sua teoria da relatividade, os Noturnos de Chopin e o Google são algumas dessas ideias que surgiram em cabeças introspectivas.
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