sexta-feira, 22 de junho de 2012

Em defesa da diversidade linguística



Segundo o Google, até o ano de 2100 somente a metade dos idiomas que hoje são falados no planeta continuarão existindo. Com essa preocupação em mente, a mega-enciclopédia digital anunciou o lançamento de um site criado para facilitar a preservação das línguas em perigo de extinção.

“Registrar a documentação de mais de 3 mil línguas que estão à beira da extinção é um passo importante para preservar a diversidade cultural, honrar a sabedoria de nossos idosos e dar poder aos jovens”, explica o Google.

O “Projeto Línguas em Perigo de Extinção” deverá ser gerido pelo laboratório universitário do Instituto de Tecnologia e Informação de Línguas da Universidade de Michigan em parceria com o Conselho Cultural dos Povos Originários.

Segundo o site “Endangered Languages”, que tem versão em português, apenas 50% das línguas faladas atualmente estarão em uso até o ano de 2100. O site, que você pode acessar aqui é um espetacular passeio pela ameaçada diversidade linguística da humanidade.

“O desaparecimento de um idioma significa a perda de informações culturais e científicas valiosas e pode ser comparado ao desaparecimento de espécies”, diz o site. O projeto será apoiado financeiramente pela divisão filantrópica, o Google.org. (Com informações do G1)

O Brasil tem um rico patrimônio cultural a preservar, e que está desaparecendo rapidamente, que são as línguas de muitos povos indígenas.

A imposição do império brasileiro de transformar o português na língua oficial no Brasil fez desaparecer a língua geral, que era a língua mais falada no Brasil até o final do século 19. O português era a língua usada somente na corte e entre a nobreza.

A língua geral era uma rica mistura de tupi-guarani e português, da qual há uma herança cultural incalculável que está se perdendo, como a origem e o significado de inúmeras expressões regionais ainda em uso. Também nomes de muitos lugares do interior, como Pindamonhangaba, Porecatu, Itaquera, Jequitinhonha, são de origem tupi-guarani.

Estão se perdendo também línguas e troncos lingüísticos inteiros que eram portadores da cultura de povos indígenas na Amazônia e no Mato Grosso. Junto com a língua, vão-se as histórias, os ritos, o conhecimento da floresta e sua biodiversidade, os costumes e toda a bagagem cultural construída por milênios por um povo.

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