Ao dar uma passada habitual no blog do meu amigo Marcelo, encontrei um post que é uma obra-prima de texto. Não resisti. Control C + Control V nele, para que você também tenha acesso ao mergulho de Marcelo em seu mundo mais íntimo. É pura sensibilidade com a vida; emoção vertendo pelos poros. Aprecie sem moderação:
Foi perto das quatro da manhã. Acordei de repente. Achei que iria dormir profundamente a noite toda, como havia acontecido na noite anterior. Que nada. Lá estava eu, de olhos esbugalhados, no escuro do quarto, olhando para os números verdes do mostrador digital da tevê. Silêncio absoluto.
É impressionante a barulheira que se ouve na nossa cabeça num momento de insônia como esse. Parece que os problemas, as preocupações, as ansiedades, medos e esperanças têm voz e estão todos falando ao mesmo tempo. É como se todos saíssem da toca quando notam que a gente dormiu.
Acordar no meio da madrugada é como flagrar os assuntos na nossa cabeça batendo papo animadamente, como se estivessem num intervalo com cafezinho. Enquanto dormimos profundamente, eles finalmente podem socializar um pouco, aliviar o próprio stress. Acho que vi minhas neuroses conversando com meus medos do futuro; vi minhas preocupações com a saúde aos risos com meu ufanismo. Mas a melhor cena foi mesmo ver minha certeza flertando com meu plano pro futuro. Ficou claro que tem algo entre eles. Vi ele passando a mão no rosto dela. Vi ela sorrir e inclinar o rosto na direção da mão dele. Os dois me viram. Sorriram pra mim.
Peguei no sono de novo em maio àquela barulheira toda. Não havia nada a fazer. É sempre assim: quando durmo, a turma das gavetas na minha cabeça sai e fica trocando ideias por conta própria. Pareciam bem entrosados, até aqueles que sempre achei que jamais iriam se acertar uns com os outros.
(Marcelo Schneider, em http://www.skelter.blogspot.com/)
Foi perto das quatro da manhã. Acordei de repente. Achei que iria dormir profundamente a noite toda, como havia acontecido na noite anterior. Que nada. Lá estava eu, de olhos esbugalhados, no escuro do quarto, olhando para os números verdes do mostrador digital da tevê. Silêncio absoluto.
É impressionante a barulheira que se ouve na nossa cabeça num momento de insônia como esse. Parece que os problemas, as preocupações, as ansiedades, medos e esperanças têm voz e estão todos falando ao mesmo tempo. É como se todos saíssem da toca quando notam que a gente dormiu.
Acordar no meio da madrugada é como flagrar os assuntos na nossa cabeça batendo papo animadamente, como se estivessem num intervalo com cafezinho. Enquanto dormimos profundamente, eles finalmente podem socializar um pouco, aliviar o próprio stress. Acho que vi minhas neuroses conversando com meus medos do futuro; vi minhas preocupações com a saúde aos risos com meu ufanismo. Mas a melhor cena foi mesmo ver minha certeza flertando com meu plano pro futuro. Ficou claro que tem algo entre eles. Vi ele passando a mão no rosto dela. Vi ela sorrir e inclinar o rosto na direção da mão dele. Os dois me viram. Sorriram pra mim.
Peguei no sono de novo em maio àquela barulheira toda. Não havia nada a fazer. É sempre assim: quando durmo, a turma das gavetas na minha cabeça sai e fica trocando ideias por conta própria. Pareciam bem entrosados, até aqueles que sempre achei que jamais iriam se acertar uns com os outros.
(Marcelo Schneider, em http://www.skelter.blogspot.com/)
hehehehe... :)
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