O Banco do Brasil, com 164 mil hectares, e o Bradesco, com 131 mil hectares, são seis dos maiores latifundiários do país. De 0 a 1 numa tabela de concentração de terras, o Brasil apresenta o nível 0,854, considerado elevado.
“O Estado brasileiro tem os maiores latifúndios da humanidade e nunca teve uma atitude política de controlar seus territórios”, disse o professor de Geografia da Universidade de São Paulo, Ariovaldo Umbelino, na apresentação do resultado do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade.
O plebiscito, iniciativa do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, foi realizado este ano de 1 a 12 de setembro, e dele participaram 519,6 mil pessoas, de 23 Estados e do Distrito Federal.
Desse total, 95,5% disseram que a propriedade de terra no Brasil precisa ter um limite máximo, e 94,3% afirmaram que introduzindo esse limite o país teria aumento na produção de alimentos saudáveis e melhores condições de vida no campo.
“A agricultura familiar produz trabalho, alimento saudável e protege o meio ambiente”, argumentou o bispo dom Pedro Stringhini, da Comissão Episcopal de Pastorais Sociais. Ele destacou que a luta pela terra é uma questão prioritária para a Comissão.
Umbelino frisou, na entrevista coletiva, semana passada, que a função social da terra não vem sendo cumprida, “pois 200 milhões de hectares de terras são improdutivos no Brasil”. Enquanto o agronegócio emprega 1,4 trabalhador por propriedade, a agricultura familiar envolve 17 trabalhadores.
O número de participantes no plebiscito foi considerado positivo, uma vez que ele não foi noticiado pela grande imprensa. Esse ensaio, afirmam os organizadores do Fórum, também é um indicativo de que um plebiscito oficial deveria ser proposto para que todos os cidadãos pudessem se manifestar sobre um tema de tamanha relevância para o país.
(ALC - Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário