Segundo o filósofo de política internacional Michael Walzer, a intervenção armada do ocidente na Líbia é um erro. Tal ato intervencionista somente se justificaria em caso de um genocídio, o que daria motivo para promover uma “guerra humanitária”. Segundo Walzer, entretanto, o que acontece na Líbia no momento não justifica uma guerra humanitária, nem representa um genocídio, no sentido de um massacre como o que vinha sendo promovido pelo Khmer Vermelho no Camboja, nos anos 70.
A intervenção irá provocar um banho de sangue na Líbia e não conseguirá seu principal intento, que é o de pegar Kadafi (embora esse objetivo não esteja bem claro também). Apoiar uma oposição que já está praticamente derrotada é temerário e não se justifica, porque dessa maneira se teria que intervir em outros países também só porque a oposição não consegue vencer quem está no comando (a Venezuela, por exemplo).
A comunidade internacional não deveria abrir uma trilha tão temerária para justificar esse tipo de intervenção direta. Segundo Walzer, “só um clamoroso desastre humanitário pode justificar uma intervenção”.
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