quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Nobel alternativo faz 30 anos

Jakob von Uexküll é o criador do Nobel alternativo

O prêmio anual oferecido pela Right Livelihood Foundation, criado no ano de 1980 como uma alternativa de caráter social ao Nobel sueco, chega aos 30 anos. A data será comemorada num evento em Bonn, na Alemanha, que reúne 80 agraciados, inclusive brasileiros como Leonardo Boff, daquele que ficou conhecido como Nobel Alternativo. O evento comemorativo começa hoje, 15 de setembro, e se estende até o próximo dia 18. Entre os brasileiros também estão o MST-Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra e Francisco Whitaker Ferreira, cofundador do Fórum Social Mundial.

Oficialmente o prêmio chama-se Right Livelihood Award, nome da fundação criada pelo jornalista e ativista teuto-sueco Jacob von Uexküll (foto). A premiação homenageia projetos e pessoas que desenvolveram “soluções práticas e exemplares” para questões sociais urgentes. Von Uexküll sempre foi um crítico do comitê do prêmio Nobel, por considerar que ignora experiências em setores alternativos da sociedade. Por isso, no final da década de 1970 destinou um milhão de dólares de seu patrimônio pessoal para criar uma fundação que preenchesse esta lacuna. O prêmio de 50 mil euros é concedido anualmente desde 1980, a três personalidades ou projetos. A premiação alternativa de Von Uexküll foi criada porque ele não conseguiu convencer o Comitê do Nobel a criar mais um prêmio, dedicado à proteção ambiental.

“Nossos premiados, candidatos e membros do júri geralmente são pessoas que vivem junto aos pobres, em favelas ou no meio rural”, revela Von Uexküll. Leonardo Boff, por exemplo, foi agraciado com o prêmio em 2001 por empenhar-se em favor dos pobres na América Latina e estabelecer em seus escritos a relação entre espiritualidade, justiça social e responsabilidade ambiental.

Os 137 premiados nessas três décadas provêm de 58 diferentes países. Ao contrário dos agraciados com o Nobel convencional, os premiados alternativos são em média mais jovens e na maioria mulheres. Ridicularizado no início como um prêmio ingênuo, hoje ele é internacionalmente reconhecido como uma referência moral. O fato de, desde 1985, a cerimônia de entrega ser realizada no Parlamento sueco, ajudou muito nisso.

A ambientalista queniana Wangari Maathei é a única, nesses 30 anos, a receber os dois prêmios: após ter recebido o Nobel alternativo, em 1984, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2004.

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