A xenofobia é como um tsunami. Quando se instala, vai crescendo e arrasando tudo pelo caminho. E ela se manifesta com maior ou menor intensidade em todos os cantos do planeta. Nem aqui, no Brasil, estamos livres dela. Coisas aparentemente ligadas ao calor típico das torcidas, como a antipatia recíproca entre brasileiros e argentinos por exemplo, tornam-se um terreno fértil para o crescimento do ódio ao estrangeiro.
Mas há coisas bem mais preocupantes que denunciam a sua prática entre nós, como o desprezo e o preconceito que muitos no sul nutrem contra os nordestinos. Gostamos de qualificá-los de malandros, que vivem do bolsa-família etc., enquanto brigamos no emprego e na escola para emendar os feriados de 2 de setembro (fundação de Blumenau) e 7 de setembro. Menciono isso apenas à guisa de embarcar no assunto.
O que preocupa de fato é o crescimento da xenofobia no hemisfério norte, particularmente nos EUA e na Europa. Já disse algumas vezes neste espaço que, ainda neste século, o mundo será levado a uma terceira guerra de proporções planetárias, alimentada pelo explosivo combustível do ódio religioso.
Os movimentos no complexo tabuleiro de xadrez do convívio já deram vários sinais de que se procura demarcar cada vez melhor os territórios, reais ou imaginários. Um dos primeiros movimentos foi com as torres, quando a Suíça baixou uma lei nacional que proibiu os muçulmanos de erguer novos minaretes em todo o território suíço, que ficou conhecida como a lei do “Minarettenverbot”.
Sempre é bom evocar, nessas horas, a lembrança histórica de que nossos antepassados, imigrantes europeus no sul do Brasil, enfrentaram uma lei semelhante, que os proibia de construir torres em suas igrejas, porque este tipo de exibição arquitetônica estava reservado, por lei, somente à igreja católica.
Depois, na Europa ainda, veio a lei que proibiu o uso do véu islâmico em público, em toda a Bélgica. Na França, na Alemanha, na Áustria, na Holanda e em outros países já foram feitas várias tentativas de aprovar leis semelhantes. Também não falta quem queira desconstruir, pela lei, o crescimento das manifestações culturais e religiosas dos imigrantes turcos nesses e em outros países.
Em meio a tudo isso, não dá para não mencionar a lamentável decisão do presidente francês Nicolas Sarkosy de expulsar milhares de imigrantes da etnia Rom (ciganos) do território francês. Embora os ciganos armênios tenham a cidadania europeia por seu país estar na Comunidade Europeia, a França quer vê-los fora do seu território, levantando protestos em todo o mundo.
Nos EUA são conhecidas de todos os viajantes as rígidas (e ríspidas) leis de imigração. Gente, muita gente, gente demais, tendo que voltar para casa sem sair do aeroporto. Gente sendo barrada nas fronteiras, com truculência, muros, cercas e armamento pesado. Massacres acontecendo na fronteira com o México todos os dias, com a alegação de que são promovidos pelo narcotráfico.
No meio de tudo isso, o lamentável episódio dos agressivos protestos promovidos pela ultra-direita norte-americana no Marco Zero (local em que se erguiam as famosas Torres Gêmeas derrubadas no fatídico 11 de setembro). Eles não querem uma mesquita no local. Gritaram tanto, que o presidente Obama desautorizou o que tinha autorizado: a construção da mesquita. Esta autorização representava, para aqueles manifestantes, mais um tapa na cara desferido pelo mais exacerbado Feindbild dos americanos neste século: o temível mundo dos terroristas muçulmanos, da Al-Qaeda, do Bin Laden. Uma paranóia somente comparável à que provocava, no século passado, a simples menção da União Soviética.
É assim que o ódio xenófobo vai se agigantando, de passo em passo. O circo está armado e o espetáculo já vai começar.
Se o que faltava era um livro, agora ele também já existe. “Deutschland schafft sich ab” (algo como “A Alemanha se auto-extingue”) é o título da obra de Thilo Sarrazin, economista e controvertido membro do Conselho do Banco Central alemão, lançada na última segunda-feira em Berlim. A obra é uma descarada exposição dos argumentos xenófobos de integração dos turcos e de combate aberto ao tsunami muçulmano que vem arrasando quarteirões por toda a Alemanha.
Sarrazin nunca escondeu seu ódio aos imigrantes indesejados, porém abertamente convidados no passado a vir à Alemanha para fazer aqueles serviços para os quais os alemães se consideravam indignos. “Eu não preciso reconhecer ninguém que vive do Estado, recusa este Estado, não se empenha suficientemente pela formação de seus filhos e não pára de gerar novas menininhas de véu. Isso vale para 70 por cento da população turca e 90 por cento da população árabe de Berlim”, detonou ele, em setembro do ano passado.
“Eu não quero que a pátria dos meus netos e bisnetos se torne muçulmana em grande parte, que nela se fale turco e árabe em extensas regiões, as mulheres tenham que usar véu e o ritmo do dia seja determinado pelos berros dos muezins. Se eu quiser ver tais coisas, eu posso muito bem fazer uma viagem de férias ao oriente”, diz um dos trechos do livro de Sarrazin, quando fala de Demografia e Imigração.
Um livro, simplesmente. Seu conteúdo é o furor da semana em todos os órgãos de comunicação da Europa. Protestos, rechaço e críticas ferozes a Sarrazin ecoam por toda a Alemanha. Mas ele não se abala. “Leiam o meu livro primeiro. Eu os convido a procurar erros de conceito na minha análise”, ele desafia os seus críticos.
Mas há coisas bem mais preocupantes que denunciam a sua prática entre nós, como o desprezo e o preconceito que muitos no sul nutrem contra os nordestinos. Gostamos de qualificá-los de malandros, que vivem do bolsa-família etc., enquanto brigamos no emprego e na escola para emendar os feriados de 2 de setembro (fundação de Blumenau) e 7 de setembro. Menciono isso apenas à guisa de embarcar no assunto.
O que preocupa de fato é o crescimento da xenofobia no hemisfério norte, particularmente nos EUA e na Europa. Já disse algumas vezes neste espaço que, ainda neste século, o mundo será levado a uma terceira guerra de proporções planetárias, alimentada pelo explosivo combustível do ódio religioso.
Os movimentos no complexo tabuleiro de xadrez do convívio já deram vários sinais de que se procura demarcar cada vez melhor os territórios, reais ou imaginários. Um dos primeiros movimentos foi com as torres, quando a Suíça baixou uma lei nacional que proibiu os muçulmanos de erguer novos minaretes em todo o território suíço, que ficou conhecida como a lei do “Minarettenverbot”.
Sempre é bom evocar, nessas horas, a lembrança histórica de que nossos antepassados, imigrantes europeus no sul do Brasil, enfrentaram uma lei semelhante, que os proibia de construir torres em suas igrejas, porque este tipo de exibição arquitetônica estava reservado, por lei, somente à igreja católica.
Depois, na Europa ainda, veio a lei que proibiu o uso do véu islâmico em público, em toda a Bélgica. Na França, na Alemanha, na Áustria, na Holanda e em outros países já foram feitas várias tentativas de aprovar leis semelhantes. Também não falta quem queira desconstruir, pela lei, o crescimento das manifestações culturais e religiosas dos imigrantes turcos nesses e em outros países.
Em meio a tudo isso, não dá para não mencionar a lamentável decisão do presidente francês Nicolas Sarkosy de expulsar milhares de imigrantes da etnia Rom (ciganos) do território francês. Embora os ciganos armênios tenham a cidadania europeia por seu país estar na Comunidade Europeia, a França quer vê-los fora do seu território, levantando protestos em todo o mundo.
Nos EUA são conhecidas de todos os viajantes as rígidas (e ríspidas) leis de imigração. Gente, muita gente, gente demais, tendo que voltar para casa sem sair do aeroporto. Gente sendo barrada nas fronteiras, com truculência, muros, cercas e armamento pesado. Massacres acontecendo na fronteira com o México todos os dias, com a alegação de que são promovidos pelo narcotráfico.
No meio de tudo isso, o lamentável episódio dos agressivos protestos promovidos pela ultra-direita norte-americana no Marco Zero (local em que se erguiam as famosas Torres Gêmeas derrubadas no fatídico 11 de setembro). Eles não querem uma mesquita no local. Gritaram tanto, que o presidente Obama desautorizou o que tinha autorizado: a construção da mesquita. Esta autorização representava, para aqueles manifestantes, mais um tapa na cara desferido pelo mais exacerbado Feindbild dos americanos neste século: o temível mundo dos terroristas muçulmanos, da Al-Qaeda, do Bin Laden. Uma paranóia somente comparável à que provocava, no século passado, a simples menção da União Soviética.
É assim que o ódio xenófobo vai se agigantando, de passo em passo. O circo está armado e o espetáculo já vai começar.
Se o que faltava era um livro, agora ele também já existe. “Deutschland schafft sich ab” (algo como “A Alemanha se auto-extingue”) é o título da obra de Thilo Sarrazin, economista e controvertido membro do Conselho do Banco Central alemão, lançada na última segunda-feira em Berlim. A obra é uma descarada exposição dos argumentos xenófobos de integração dos turcos e de combate aberto ao tsunami muçulmano que vem arrasando quarteirões por toda a Alemanha.
Sarrazin nunca escondeu seu ódio aos imigrantes indesejados, porém abertamente convidados no passado a vir à Alemanha para fazer aqueles serviços para os quais os alemães se consideravam indignos. “Eu não preciso reconhecer ninguém que vive do Estado, recusa este Estado, não se empenha suficientemente pela formação de seus filhos e não pára de gerar novas menininhas de véu. Isso vale para 70 por cento da população turca e 90 por cento da população árabe de Berlim”, detonou ele, em setembro do ano passado.
“Eu não quero que a pátria dos meus netos e bisnetos se torne muçulmana em grande parte, que nela se fale turco e árabe em extensas regiões, as mulheres tenham que usar véu e o ritmo do dia seja determinado pelos berros dos muezins. Se eu quiser ver tais coisas, eu posso muito bem fazer uma viagem de férias ao oriente”, diz um dos trechos do livro de Sarrazin, quando fala de Demografia e Imigração.
Um livro, simplesmente. Seu conteúdo é o furor da semana em todos os órgãos de comunicação da Europa. Protestos, rechaço e críticas ferozes a Sarrazin ecoam por toda a Alemanha. Mas ele não se abala. “Leiam o meu livro primeiro. Eu os convido a procurar erros de conceito na minha análise”, ele desafia os seus críticos.
Mas, se era um livro que faltava, aí está. O maior genocídio da história moderna também começou com um livro. “Mein Kampf” foi a base sobre a qual Hitler construiu o III Reich.
Interessante o teu artigo sobre o Sarrazin, que está levantando muita poeira aqui. O problema do Sarrazin é que ele sempre polemizou, é o seu modo de chamar atenção, só que aqui ele criou a fronteira do admissivel. Mas, há uma série de políticos e pessoas públicas que confessam, que o que Sarrazin afirma tem um fundo mui grande de verdade: todo o problema integratório que é varrido para baixo do tapete pelos políticos. O problema da integração é enorme e pode tornar-se algo mui explosivo. Só que Sarrazin extrapolou ao jogar alhos com bugalhos e sobretudo entrar para o terreno "genético". A xenofobia está crescendo assustadoramente neste país, muito mais do que é publicado e dito. É um calcanhar de aquiles para todos os que lidam neste terreno. E olha que há milhões de alemães que dizem: finalmente alguem teve a coragem de falar sobre este tema!
ResponderExcluirSomente um comentário meu, vou ler o livro na integra, se bem que o mesmo tenha muitas estatisticas (oficiais!) que ilustram a sua tese.
Ernesto Schlieper
Li com interesse várias matérias no seu blog.
ResponderExcluirQuanto à última: Você leu o livro do Sarrazin? (Ironia do nome: = "sarraceno"...) Você conhece a situação na Alemanha? A gente é vítima fácil de "Mythoi". Estive dois meses lá agora e o assunto é mais complicado do que o sucinto noticiário consegue reproduzir. Se existe um tsunami de estrangeiros lá, cabe a nós evitar um tsunami de revolta imponderada contra quem apresenta os problemas daquele tsunami. O homem está botando o dedo numa moleira pertinente, da qual os alemães precisam ao menos conscientizar-se.
Você toleraria trabalhadores paraguaios e bolivianos no Brasil que se recusem a aprender o português e continuem insistindo numa (neste caso, hipotética) poligamia praticada em suas tribos de origem?
Minha experiência em situação semelhante foi a seguinte: tocando por muitos anos na OSPA, convivi diaria e diretamente com colegas da América Latina que não deram importância ao aprendizado do português (não todos). Foi o suficiente para, sorrateira e primeiro imperceptivelmente, despertar em mim profunda aversão pelo espanhol, idioma este que, não obstante, procurei com afinco aprender para a tradução de conferências.
A questão é delicada e não se pode resolver com repúdios sumários.
Não entendi bem a matéria sobre os dissidentes metodistas. Ali consta que o concílio decidiu sair de órgãos ecumênicos que incluam os católicos. Mas parece que quem é contra o episcopado vitalício são os dissidentes? Fiquei confuso.
"Really", num título, se escreve com 2 "eles". (Forma adequada contribui para a credibilidade...)
Walter Schlupp
Como diria o Jack (o estripador), vamos por partes:
ResponderExcluir1. Entendo a sua revolta contra os que não querem aprender o alemão na Alemanha ou falar português no Brasil. Entretanto, só para mencionar, a minha avó veio de Dresden em 1905, aos 9 anos, viveu no Brasil até os 90 anos e não sabia falar o português. Ela se negava. Ou seja, quantos anos levou para que os nossos antepassados se aculturassem? Foi necessário que Getúlio proibisse os imigrantes de falar sua língua de origem e, em muitos casos, usou a polícia e óleo queimado para obrigá-los a cumprir a lei. Será que isso é justo e digno? Agora querem que os turcos façam isso em uma geração?
2. Por outro lado, também fico revoltado quando tem um encontro latino-americano e nós brasileiros temos que falar o Espanhol, quando vivemos num país em que tem mais gente falando português do que todos os países espanhóis juntos. Ainda por cima, com duas dezenas de diferentes tipos de “espanhol”.
3. Não, ainda não tive oportunidade de ler o livro. Apenas li a tempestade de textos do Stern, do Spiegel e de outros meios impressos e virtuais sobre a bomba que ele lançou na segunda-feira. Pretendo lê-lo, com certeza.
4. Os metodistas dissidentes são contra o bispado vitalício na Igreja Metodista. Eles também têm bispos que, uma vez eleitos, são bispos para o resto da vida. Eles não querem isso.
5. Obrigado pela correção do inglês. Vou corrigir no título.
Desconheço o livro do Thilo Sarazzin, portanto, não sei o que ele de fato propõe para a discussão. O que, entretanto, me faz ter um pouco mais de cuidados é o vínculo imediato que se faz entre qualquer reflexão contrária ao main stream globalizado e globalizante e a experiência nazista na Alemanha. Ou seja: qualquer alemão que proponha uma reflexão sobre como se sentem os alemães em relação aos imigrantes, historicamente foi repudiada a pauladas com a lembrança do nacionalsocialismo. Os alemães chamam isso de "Totschlag-Argument", ou seja, é um argumento com o qual você mata qualquer continuidade de reflexão. No fundo, é uma forma de tabuizar um assunto. Além disso, é uma postura um tanto maniqueísta que entende existirem apenas uma ou outra coisa, preto ou branco, esquecendo que aí no meio há vários graus de cinza e,
ResponderExcluiralém disso, ainda muitas outras cores. Durante o nosso tempo na Alemanha, um intelectual e escritor muito conhecido e querido na Alemanha, Martin Walzer, foi proscrito ao limbo e por um nada cometeu suicídio, porque ousou pedir em público que se parasse de utilizar o porrete moral (Moralkeule), para fazer altos negócios com o sentimento de culpa dos alemães. Surpreendeu que, com exceção do então prefeito de Hamburgo, nenhum dos seus colegas intelectuais e escritores saiu em sua defesa. Todos ficaram no muro do senso comum politicamente correto...
Compartilho esses pensamentos contigo, apenas para te precaveres de cair numa ladainha monitorada à distância por uma máfia que faz grandes negócios, para que a gente não se preste a ser instrumentalizado como inocente útil.
Hans Trein
O que me move a refletir naquela direção, pelo menos eu imagino no meu íntimo, não é necessariamente o “ir junto”, com essa massa do politicamente correto. Usei o símbolo do Mein Kampf talvez porque, num dos meus posts anteriores, eu havia falado da ascendência do Hitler e, talvez por isso, me veio a idéia.
ResponderExcluirNão segui nenhuma tendência, até porque até o momento não vi semelhante comparação entre os dois livros na imprensa alemã. O que tenho visto na imprensa alemã é uma imensa rejeição ao Sarazin, com o argumento da rejeição ao estrangeiro, muito forte no livro e nas suas declar4ações virulentas contra os mesmos. Na Stern de hoje (veja o site) a revista mostra que somente 19% dos imigrantes não querem adaptar-se à nova pátria que os acolheu. Ou seja, é apenas um em cada cinco que não quer ser alemão de verdade. Como sempre, se exagera então, colocando todos no mesmo saco. Mas voltando ao meu modo de ver: eu não vejo o livro como um ato isolado; eu vejo a Europa inteira se fechando, eu vejo os EUA se fechando e criando monstros contra o Islamismo (no próximo dia 11 de setembro, um pastor de lá quer fazer uma grande fogueira para queimar Alcorões!!! Imagina o que isso vai criar).
Quando nós falamos na Novolhar que o Islamismo é uma religião da Paz, caíram de pau em cima de nós... Mas é uma grande estereotipização classificar o Islã como uma religião terrorista. Alguns até são. Talvez até mais do que 40 ou 50%. Mas não são todos. É o mesmo que dizer que todos os católicos são papistas, esquecendo de Küng, Boff, Segundo e milhares de outros, que pensam na direção oposta.
Enfim, não é a estrita questão da imigração que me move, mas como você diz, a minha tecla é pela aproximação intercultural, que também é uma das bandeiras do Comin. É isso. Eu até concordo que é muito difícil de explicar, mas é uma convicção.
Talvez nós possamos ter mais liberdade de debate para esta questão do que os alemães, afinal, eles estão numa sinuca de bico, de verdade. E a questão ideológica do Nazismo, ou seja, o passado e a vergonha dele, são um freio monstruoso para debater esse assunto com isenção.
Acho que nossas convicções vão na mesma direção, ou seja, é hora de abrir-se para o intercultural, acentuar a riqueza que representam as diferentes etnias e culturas para a humanidade e também para a sobrevivência do planeta. Compartilho a tua análise sobre a Europa. Ainda hoje havia notícia sobre expulsões de ciganos romenos da França até mesmo no nosso “Kässblatt” aqui de S.Leopoldo. A Holanda elegeu um governo tão direitista e xenófobo que nenhum dos outros dois partidos conservadores (centro-direita e direita) quiseram coligar para formar o novo governo... Desde a queda do muro de Berlim se diz que estão caindo as divisas internas na Europa, mas que o muro ao redor da Europa está se tornando cada vez mais alto. Impede-se a entrada de africanos, latino-americanos e asiáticos pobres como uma tática e procura-se estender o mercado comum europeu para o leste, como outra tática. No meio disso tudo estão as discussões sobre valores. É aí que entra o medo da Europa em processo de descristianização – também chamado de secularização – ser atropelado por um Islã militante e expansionista.
ResponderExcluirNa minha humilde avaliação, o pessoal na Alemanha não tem tanto medo do terrorismo. Tem muito mais medo de ter que desistir de sua identidade cultural e dos valores que tem por sagrados. Ilustro com o caso de um casal de alemães octogenários que sobrou como único morador alemão em um prédio na zona norte de Kassel, onde paulatinamente todas as outras moradias foram sendo compradas uma à uma por imigrantes turcos, as vendas na esquina, os quiosques, a padaria, o mercado de frutas... tudo ao redor se adequou à nova realidade de maioria turca no bairro: só música turca, só alimentos turcos, só a língua turca nas ruas... Nada contra essa evolução. Agora, vamos olhar para ela através dos olhos dos dois velhinhos octogenários, sem sentimentalismos: o que lhes resta? Não têm mais forças para mudar-se para outro bairro, não estão mais em idade de abrir-se para a interculturalidade... Isso é apenas um exemplo marginal, não serve como norte para políticas públicas! O que quero dizer com essa ilustração é que é preciso ser sensível para as diversas perspectivas. Isso, obviamente, dificulta o nosso discernimento e posicionamento, cria uma tensão doida, quase insuportável... mas, acho que é por aí que passa a única chance de se escrever uma outra história com mais justiça e reconciliação. Nesse ponto, é que eu acho que a alusão ao Mein Kampf e a Hitler automaticamente desautoriza os alemães de dizerem sua palavra na defesa de sua sensação de perda de identidade cultural. Acho que como brasileiros de origem alemã temos a possibilidade e até mesmo a vocação para promover e até mesmo mediar o diálogo a respeito.
Um abraço,
Hans Trein
---> As mais variadas ocorrências... não são uma surpresa... porque, hoje em dia, a Europa é dominada por uma 'Política à Hitler':
ResponderExcluir1-> Uma desesperada 'Fuga para a Frente'... para a implosão!...
{nota: só os Parvos-à-Sérvia é que acreditam que os futuros/novos dominadores demográficos da região... irão preservar a antiga Identidade}
2-> Teorias (vulgo intolerância) para negar o Direito à Sobrevivência de outros!...
ANEXO:
SEPARATISMO-50 NA EUROPA
---> Sim, quem quiser ficar à mercê do pessoal (africanos, islâmicos, etc) que anda numa corrida demográfica pelo controlo de novos territórios... QUE FAÇA BOM PROVEITO: tchau!....; todavia, pelo legítimo Direito à diferença:
TODOS DIFERENTES!!! TODOS IGUAIS!!!
--- Isto é, TODOS os Povos Autóctones do Planeta Terra:
-> Inclusive os de 'baixo rendimento demográfico' (reprodutivo)!...
-> Inclusive os economicamente pouco rentáveis!...
devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no Planeta!!!