terça-feira, 31 de maio de 2011

Saída honrosa para o plástico?


O plástico é um dos mais danosos vilões ambientais da civilização moderna. Cerca de 4% de todo o petróleo extraído no mundo é destinado à produção de plásticos, que são a matéria-prima da vida moderna. Desde os mais simples utencílios domésticos até aplicações industriais indispensáveis, a humanidade não pode mais viver sem esta invenção. O problema principal é que, além de levar décadas para decompor-se, a produção de cada quilo de plástico lança seis quilos de CO2 na atmosfera.

Nos últimos anos, entretanto, pesquisas vêm apresentando alternativas de substituição do plástico de petróleo pelo que se convencionou chamar de “plástico verde”. Eles são produzidos a partir de matéria-prima renovável. O Brasil é um dos expoentes nesta pesquisa, que vem dando destinação eficaz às sobras vegetais da indústria canavieira para gerar uma produção sustentável de bioplástico.

O bioplástico é composto de plantas como a cana-de-açúcar. Dificilmente pode-se encontrar algum utencílio doméstico para o qual ainda não exista ou esteja em desenvolvimento alguma alternativa em bioplástico. As aplicações do material incluem desde estruturas para celular e talheres descartáveis até sacolas de supermercado e vasos de flores, passando por sapatos e fraldas. No Brasil, a empresa petroquímica Braskem utiliza a crescente indústria nacional de etanol canavieiro para produzir o bioplástico.

O problema desse tipo de produção, entretanto, leva o mesmo rótulo negativo da produção do etanol, ou seja, o de desmatar para plantar cana ou de reduzir as áreas agricultáveis destinadas à produção de alimentos para a produção de combustível. Embora hava uma boa dose de verdade nessas preocupações, diversos projetos estão minimizando o impacto da produção de plástico a partir da cana-de-açúcar utilizando os restos da produção do etanol: o bagaço da cana. Esses bagaços costumam ser queimados, resultando em grandes emissões de dióxido de carbono na atmosfera.

Embora uma alternativa, o fato de ser feito com matéria-prima renovável não o torna automaticamente melhor para o meio ambiente. É preciso considerar todo o ciclo de produção para dizer se o bioplástico é ecologicamente menos agressivo do que o de petróleo. Mas ele pode, sim, representar uma primeira resposta positiva para um grave problema ambiental do nosso tempo.

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