Uma inundação colocou um quinto do Paquistão debaixo d'água. As crianças são as principais vítimas
Segundo a UNICEF, nos últimos 20 anos o número de catástrofes naturais não parou de crescer no planeta. Aumentaram de 250 em média ao ano nos anos 90 para quase 400. Segundo a entidade das Nações Unidas voltada para as crianças, mais de 200 milhões de pessoas foram diretamente afetadas por inundações, secas ou temporais, especialmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.
Os dados revelam que pelo menos a metade desses afetados é constituída de crianças. Elas são mortas, feridas ou sofrem o efeito de doenças oriundas da subnutrição, da água contaminada e de péssimas condições de higiene. Os meninos e meninas que sobrevivem às catástrofes são duramente atingidos, é o que revela o relatório “A situação das Crianças em Regiões em Crise 2011”, da UNICEF. Nas suas páginas, a realidade de 32 países, dois terços deles no continente Africano.
As catástrofes naturais têm efeitos ainda mais dramáticos nesses países, pois atingem comunidades nas quais há muitas crianças subnutridas, afetadas por doenças dessa realidade e que moram em condições precárias. Exemplos dramáticos disso são as inundações no Paquistão e o terremoto no Haiti, onde 50 por cento das crianças não freqüentavam a escola e 40 por cento sequer tinham acesso a latrina, já antes do terremoto.
Em torno de 70 por cento das catástrofes hoje têm origem no clima, o que no início do milênio era de apenas 50 por cento. Segundo a UNICEF, a taxa tende a crescer nos próximos anos, levando anualmente 175 milhões de crianças a sofrer sob as conseqüências dos fenômenos climáticos (66 milhões nos anos 90).
Em função das mudanças climáticas em curso, a UNICEF convoca a comunidade internacional a um maior esforço por auxílio às comunidades ameaçadas pelas catástrofes naturais e a prepará-las melhor para enfrentá-las: ajuda humanitária e projetos de longo prazo para o desenvolvimento precisam andar mais juntos.
Sobretudo, é necessário que sejam desenvolvidos mecanismos urgentes para dar mais proteção às crianças, as maiores vítimas das guerras e das catástrofes. A criação de “ilhas de normalidade” para abrigá-las em situações de catástrofe é prioridade absoluta. Elas precisam de espaço para brincar, estudar e se desenvolver. A dignidade é o melhor caminho para o desenvolvimento, começando por vida digna para as crianças.
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