quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Steve Jobs, o homem que nos fez morder a maçã pela segunda vez
Steve Jobs (1955-2011) se foi; depois de uma luta de sete anos contra o câncer, que não faz distinção entre pobres e ricos, gênios ou gente comum. Jobs é parte da geração que moldou o século 20 e ajudou a construir uma humanidade que, antes dessa geração, só podia ser vislumbrada em livros de ficção científica.
Se a humanidade antes de Jobs tinha um medo apocalíptico da tecnologia, dos computadores, dos robôs, depois dele criou uma relação visceral com essas coisas. O computador virou coisa tão indispensável que hoje se fala em “inclusão digital”. Quem não tem um, é visto como gente necessitada, na qual falta algo. Ter um computador é quase uma extensão da própria condição de ser humano. Devemos isso em grande parte ao Jobs, à Macintosh, à Apple.
A relação é tão profunda que sempre se diz que a Apple não tem clientes; a Apple tem seguidores. Ter um Macintosh, havia um tempo, era quase uma religião. Era quase a mesma diferença entre ter uma moto e ser proprietário de uma Harley Davidson. Hoje já não é mais assim, porque a própria Apple teve que embarcar no ritmo de popularização do PC, o Personal Computer de Bill Gates, outro gênio que ajudou a mudar o jeito de ser gente no século 20. Eu nunca mordi a Maçã, mas lembro bem que havia um tempo em que o proprietário de um Macintosh olhava com certo desdém quem possuía um “simples PC”.
Sempre me perguntei o porquê da maçã. Segundo a Wikipédia, o símbolo da Apple lembra Isaac Newton (aquele que definiu a lei da gravidade depois de levar uma maçã na cabeça enquanto dormia debaixo de uma macieira). A mordida na maçã é símbolo para o senso de descoberta. Lembra bem Adão e Eva, que perderam o Paraíso mas não perderam a curiosidade (bem no sentido do “perco o amigo mas não perco a piada”).
A verdade é que, com Steve Jobs, a espécie humana criada por Deus mordeu a maçã pela segunda vez. Desta vez, um novo paraíso se abriu depois do pecado original tecnológico em que nos enfiamos como humanidade.
Steve foi muito mais do que um cara com senso de descoberta. Além de um gênio tecnológico, ele era um deus do marketing pessoal e corporativo. A última coincidência foi que a revelação da sua morte veio só depois do lançamento do novo iPhone da Apple.
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