terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pais devem optar entre radiação e educação em Fukushima

Equipe do Greenpeace mede níveis de radiação nas escolas de Fukushima.
Foto: Noriko Hayashi/Greenpeace

As crianças da cidade japonesa de Fukushima devem voltar às aulas esta semana, apesar de as suas instalações escolares continuarem contaminadas pela radiação vinda da planta nuclear da usina, denuncia o Greenpeace.

Especialistas da entidade de proteção ambiental mediram os níveis de radiação de diversas escolas há uma semana, bem como de locais públicos da cidade. Com os dados na mão, pediram ao recém-empossado primeiro ministro japonês, Yoshihiko Noda, para que mantenha as escolas da região fechadas enquanto não estejam devidamente descontaminadas. Segundo o Greenpeace, os pais não deveriam ser obrigados a escolher entre expor seus filhos a radiação ou a educação – e no momento é exatamente diante desta decisão que estão milhares de pais na região de Fukushima.

A equipe de monitoramento de radiação do Greenpeace inspecionou uma escola secundária, uma pré-escola e uma creche, bem como diversas áreas públicas de Fukushima, constatando altos índices de radiação numa das escolas que as autoridades haviam acabado de submeter a processo de descontaminação. Também descobriram índices perigosos de radiação num parque infantil da cidade.

Além do evidente risco em áreas ainda não assistidas pelas equipes de descontaminação, os índices continuam perigosos em áreas que as autoridades dão como já descontaminadas e prontas para serem ocupadas pelas pessoas. Os índices mais baixos de radiação foram registrados em áreas em que a população realizou suas próprias atividades de descontaminação. Um dos exemplos é uma escola em que a comunidade e ONGs realizaram o trabalho de remoção da radiatividade. Entretanto, mesmo com a escola fora de risco, as crianças estão submetidas a radiação ainda assim, no caminho para a escola e de volta para casa.

O governo japonês anunciou um novo plano de descontaminação para a área de Fukushima – mas, como muitas iniciativas governamentais no passado, é muito pouco e muito tarde, diz o Greenpeace. A única atitude sensata do primeiro ministro Noda, segundo a entidade, seria impedir que as autoridades locais liberem as escolas para as crianças, além de remover a população afetada imediatamente para longe das áreas de alto risco de contaminação. Resolver este problema, que as autoridades têm empurrado com a barriga, é o desafio do primeiro ministro em início de mandato, diz o Greenpeace.

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