quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Trabalho escravo chega ao Congresso

Chegou hoje ao Congresso Nacional, mais especificamente à comissão de Direitos Humanos e Minorias, o assunto do trabalho escravo promovido por terceirizados da Zara Confecções. Em audiência pública sobre trabalho escravo na comissão, foram ouvidos os representantes do Ministério do Trabalho (MIT) e até dois espanhóis representando a Zara, cuja sede é na Espanha.

Quem acrescenta novas informações sobre o envolvimento da Zara com o trabalho escravo, é o deputado Jean Willys, através do twitter. Segundo o seu relato, há mais gente do ramo de confecções sob a lupa do MIT, inclusive as Casas Pernambucanas.

Segundo o auditor do MIT na audiência pública no Congresso, a escravidão de bolivianos no Brasil está ligada ao tráfico internacional de pessoas, que existe “para atender as demandas por trabalho escravo (inclusive sexual), adoção ilegal e por órgãos”, twittou Jean Willys. Segundo o deputado, a PEC do trabalho escravo está parada no congresso “por conta dos parlamentares conservadores”.

Ainda segundo o deputado, os representantes espanhóis da Zara, na audiência pública, “disseram que os impactos das denúncias sobre os negócios da Zara são terríveis”. Ambos afirmaram que estão no Brasil para colaborar com as autoridades, no sentido de erradicar o trabalho escravo e corrigir os erros cometidos no Brasil.

Segundo Willys, os dois afirmaram que a Zara desconhecia o trabalho escravo usado por suas terceirizadas no Brasil. Mas o MIT encontrou provas de que a Zara não só sabia de tudo como controlava toda a cadeia de produção, “inclusive a partir da Espanha”.

O MIT impôs à Zara um Termo de Ajuste de Conduta, para corrigir a rota. Mesmo assim, a empresa não incorporou os bolivianos à sua produção. A empresa pagou os salários devidos aos trabalhadores, mas ainda não os indenizou por danos morais e materiais.

Segundo o deputado, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias pretende “acompanhar de perto a execução do Termo de Ajuste de Conduta imposto à Zara”. Entretanto, ao receber um retweet de um leitor apontando para o programa “A Liga” sobre trabalho escravo, Jean foi grosseiro, chamando de “lamentável” que apenas se retwitte “A Liga” sobre o assunto. Jean e a sua Comissão talvez chegassem ao assunto somente hoje porque não viram o programa. Foi “A Liga” que levou o MIT à terceirizada da Zara e mostrou ao mundo as condições de trabalho dos bolivianos.

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